quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PASSA-SE O PONTO!

Pois é gente, já tinha falado no Twitter, mas ficou faltando uma oficialização por aqui. Depois de um ano (e alguns meses), o Malaguetas está finalmente mudando de casa! Agora estou em um super turbinado Word Press, mais clean, com mais espaço, colunas grandes e uma série de widgets abençoados pra facilitar a vida.

É claro que mudanças geram muita bagunça, por isso ainda faltam algumas coisas pra terminar, como o logo e algumas formatações. Mas não é nada que esteja me impedindo de postar, postar e postar loucamente.

Se você me acompanhava aqui, agora o endereço é malaguetas.blog.br e o RSS é esse. Se o oráculo do Google te trouxe pra esse Malaguetas por algum motivo, acredite, é um sinal. Portanto, não deixe de me visitar lá com suas dicas e opiniões.

E é isso aí! Obrigada a todos que elogiaram, curtiram e discutiram comigo nesse primeiro espaço. Aguardem mais novidades. ;)

domingo, 27 de dezembro de 2009

FELIZ 2010!

Para ser beeem sincera não tenho muito jeito para despedidas de fim de ano. Mas me senti no dever de falar com você meu leitor (com um jeito meio desengonçado mesmo) que 2009 foi um ano extraordinariamente produtivo pra mim e pro Malaguetas. Aprendi muita coisa, conheci bastante gente legal, brisei em muitas coisas e a maioria desses acontecimentos compartilhei aqui com você.

2010 está vindo aí e o Malagas já vai estar de layout novo, com posts diferentes e várias novidades que virão com alguns projetos. Vou fazer questão de dividir tudinho com você e espero sugestões e ideias também, a ideia é que o conteúdo fique bem mais colaborativo.

Por enquanto, deixo aqui alguns posts que renderam burburinhos...

O futuro do play - Entrevista com o criador do serviço de streaming Grooveshark

Entrevista CJ Ramone - Algumas aspirações e posições políticas do último baixista dos Ramones

Estúdios para conhecer antes de morrer - E dicas do que fazer até lá!

Bandas velhas x Novas mídias - O que os velhões andam fazendo na divulgação digital

U2 no Youtube e a forma como consumimos música - Como se deu essa nova revolução

Entrevista Cachorro Grande - Os caras falaram de Patti Smith a Depeche Mode e formas analógicas de ouvir música

Entrevistas Mixtape e Dead Fish

Resenha de "A vida até parece uma festa" dos Titãs, uma das bandas do radinho de Maria Alice (também conhecida como minha mãe). As primeiras palavras que troquei com Branco Mello e a redescoberta das minhas primeiras influências musicais.

Para finalizar, se pudesse escolher uma canção tema pra esse ano seria Blackbird, do Paul McCartney. Não só porque esse foi mais que o ano dos Beatles, mas porque acho que foi um dos anos que "take these broken wings and learn to fly" fez sentido mais pra mim.



E é isso aí! Já limpei os feeds, organizei os e-mails e vou começar a fazer as malas. Boas festas e um fodasso 2010 para todos nós. ;)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Teaser trailer de "Runaways"

Faz um tempinho que foi anunciado que Floria Sigismondi, diretora de clipes de Marilyn Manson, Bowie, Cure e Incubus, iria fazer um filme sobre a carreira da lendária girl-band Runaways. Com Kristen Stewart fazendo Joan Jett, Dakota Fanning como Cherie Currie, Scout Taylor-Compton como Lita Ford e Michael Shannon como o produtor Kim Fowley, o filme tem estréia prevista para junho de 2010. Depois de Kristen aparecer meses com o cabelinho curto da vocalista em aparições com o filme "Crepúsculo" finalmente o teaser do filme saiu. Agora resta saber se Kristen conseguiu dar vida a personagem ou ficou aquela coisa sem sal da trilogia vampiresca.


Vi no twitter da
@supercolors

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Top 10 gigs @ Malaguetas

Mais que ver essa ou aquela banda, nada se compara a conseguir sentir as emoções mais estranhas no meio de uma galera que você nunca viu na vida, mas que de alguma forma compartilha do seus gostos e prazeres em uma noite. Esse ano, confesso até meio decepcionada que vi menos bandas brasucas, mas em compensação me joguei no mainstream e sim, fui muito feliz.

Vi indies, emos, eletrônicos, headbangers, punks e até sertanejos (sim, acredite) em uma atmosfera muito variada que me fez rever vários conceitos sobre música em si, fãs, indústria e showbiz. Não sou eclética (aliás, detesto esse termo), mas aprendi que distanciamento crítico é a chave para qualquer boa ideia e análise. E que pré-conceitos musicais só te limitam a referências do que você pode vir a ouvir amanhã.

Vi de Charlie Brown a Evanescence, de Móveis Colonias de Acaju a CJ Ramone, de Cachorro Grande a Etienne de Crecy, participei da produção de um documentário de um festival independente (Grito Rock 09) e vivenciei sensações diferentes em cada uma das apresentações desse ano, bem agitado por sinal. É claro que gostei mais de uns do que de outros (alguns não gostei nada), mas acho que foi tudo muito válido. Por isso entrei nas listas de fim de ano com uma despretensiosa colaboração: o meu best-of-gigs. Para ler a resenha, é só clicar no título do show. Enjoy. ;)

Aaah, porque não né?! Nem só de coletes e cortes de cabelo modernete vive a música. Foi legal fugir do lugar comum e encontrar fãs famintos na primeira apresentação dos caras no Brasil. Não sei se é um show que iria de novo, mas cantar 'I wanna Rock!" foi bem engraçado.

O Oasis só ganhou o nono por causa de um resto de consideração que tive por minha adolescência. Além da chuva e dos preços que pareciam um assalto, a banda fez um show morno, mas cheio de hits que seguraram bem a galera. Foi maravilhoso para quem estava de frente para o palco e mediano para todo o resto da plateia. Senti um pouco de relaxo dos caras na apresentação, apesar dos sons muito bem tocados.

Como já disse, esse ano foi o que tive menos tempo para acompanhar o que estava rolando na cena underground. Ainda assim vi poucos, mas bons shows de bandas brasucas e conheci gente nova fazendo coisas muito legais também. Mas só o Black Drawing Chalks me redespertou aquela vontade louca de tirar a roupa quando dou play na música. E o show que rolou no Inferno com o Chuck, ex-Forgotten, só provou que ainda existe futuro pro raw rock and roll brasileiro.

Li no Scream and Yell que o Brandon Flowers é o Bon Jovi do indie, e concordo plenamente. O som estava perfeito e o palco era uma bela reprodução de um cassino, constraste perfeito com a lama que tomou a chacára do Jockey e as barras das calças dos fãs. Foi bonitinho, romântico e apaixonante. E sim, consegui resgatar meu tênis. o/

Achei que podia passar na vida sem ver um show do Iggy Pop. Mas depois de ver o grau de insanidade que ainda existe neste corpo percebi que não dava para ficar sem. O show não foi nada além do que eu já esperava, mas só por causar encrenca com os seguranças mandando a galera subir no palco e por conseguir sair da suavidade do jazz para a agressividade do Stooges em uma virada de música, ele merece o sexto lugar.

O único show em que a chuva deu o tom certo na apresentação. Intenso e ao mesmo tempo suave, o Sonic Youth transpirou seu existencialismo musical e colaborou para que o Planeta Terra fosse o melhor festival do ano. Além disso, ver uma mulher cinquentona se jogando no chão do palco é realmente inspirador. Quando crescer quero ter 1/3 do charme e do poder da Kim Gordon.

Esse foi o show que abriu os clássicos do mainstream do ano. Quase uma década longe das terras tupiniquins, os maiores marketeiros do rock me fizeram escrever a única resenha do show de cima de uma árvore. A diversão ainda me deu direito a ganhar uma pintura de uma fã e comprar uma calcinha tematizada enquanto ouvia "Rock And Roll All Night". Descobri que tenho mais equilíbrio do que imaginava e que às vezes ser poser pode ser muito divertido.




Uma coisa é ouvir, outra é ver né gente?! Dá para imaginar uma banda que com mais de 30 anos de carreira ainda consegue ser visionária e fazer músicas antigas parecerem algo do futuro? Depois de ver a apresentação dos caras cheguei a duas conclusões: 1 - meus horizontes musicais foram rasgados, junto com algum resto de senso comum. 2 - Eles com certeza atravessaram uma fenda no tempo e já sabem o que vai acontecer depois do 2012.




O que alguns desentendidos achavam que iria ser um chororô coletivo, foi o mais belo show do ano. Um universo paralelo com direito a show de luzes no palco e entrega total de Thom Yorke nos instrumentos. Uma dose de ácido para os sentidos em meio a uma catarse coletiva.




Ainda existe alguma dúvida? Os maiores clássicos do rock cantados por 70 mil pessoas + uma locomotiva no palco, Brian Johnson, canhões, sino gigante, strip do Angus, boneca inflável, Malcolm, chamas, Angus de novo, fogos de artíficio, Phill & Cliff, e um verdadeiro exército de diabinhos. O inferno de verdade não deve ser tão bom.

--------------------------------------------------------------------------------
Não entraram no Top 10, mas valeram a experiência.

- Grito Rock 09 @ Kitsch Club + várias casas
- Cachorro Grande / Móveis / Cordel / Autoramas @ Sesc Pompéia
- CJ Ramone @ Outs
- Bourbon Street Festival 09 @ Ibira
- Cérebro Eletrônico @ Outs
- Boris Brejcha @ Clash
- Yuksek @ Glória
- Etienne de Crecy @ Planeta Terra
- U2 @ Youtube +++
- Easy Star All Stars @ Clash

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Livro :: Anuário dos Festivais 2009

Para quem gosta não só das bandas, mas das experiências proporcionadas por um bom festival, esse livro é uma sugestão generosa. Com 300 páginas recheadas com o que há de melhor nos festivais europeus, ele conta desde suas origens até histórias de fãs e fotos reveladoras do que rola em 21 festanças gringas como Glastonbury e Creamfields.

Foram 96 dias de farra do pessoal da agência Independents United [invejinha boooa]. O livro custa 16 euros na Amazon [se conseguir comprar (ou não) deixo uma nota por aqui]. Para quem quiser conhecer mais a ideia dos caras, é só acessar o site do projeto.

Via.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Easy Star All-Stars na Clash

Essa banda (ou coletivo musical) de reggae/Dub já realizou as proezas de fazer álbuns-releitura de Dark Side of The Moon do Pink Floyd e OK Computer do Radiohead, o que já não é tarefa nada fácil. Agora os nova-iorquinos estão rodando o mundo com a turnê Easy Star´s Lonely Hearts Dub Band, trabalho que dá uma cara nova para o clássico Sgt Pepper´s dos Beatles, no mínimo curioso. O ingresso está saindo por $65 pilas antecipado nos pontos de venda descritos no site da Clash, e o show rola nessa próxima quarta-feira, a casa vai abrir às 22hs30.

Para aquecer para o show:
Site da banda: easystar.com
Myspace: myspace.com/easystar

Vídeo petisco de "Lucy In The Sky With Diamonds"

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Como se faz o parto de um clássico

Vi no Update or Die! essa session de estúdio dos Stones e achei o máximo! É um vídeo do "parto" de "Sympathy for The Devil", um dos conhecidos clássicos da banda inspirado no livro "O Mestre e a Margarida" do soviético Mikhail Bulgakov. Compensa dar uma olhada em como os caras fazem a composição, as cores vintage das imagens e claro, para marcar nos favoritos.

domingo, 29 de novembro de 2009

AC/DC @ Morumbi - São Paulo

Eu sinceramente não sei como começar essa resenha, talvez seja o estado de êxtase contínuo que ainda corre pelo meu corpo. O AC/DC já vendeu 2 milhões de ingressos pelo mundo, são 2 milhões de fãs que viram o mesmo palco, (quase) o mesmo setlist e a mesma estrutura que a gente vê em qualquer bom vídeo do YouTube. Mas estar em um estádio com 70 mil pessoas (duas vezes a cidade de Taquarituba) cantando as músicas que você cresceu ouvindo, cantou milhares de vezes e até decorou as horas dos solos pro air guitar, é uma sensação difícil de descrever.

Animação de introdução do show


Depois de 13 longos anos sem voltar ao Brasil, a banda de Angus, Malcolm, Brian, Cliff e Phil voltou ao país para um espetáculo visual e auditivo, no mínimo, memorável. Quando cheguei no portão 6 da arquibancada azul do Morumbi, achei que tinha muita gente do lado de fora, mas a verdade é que só tive ideia do que estava por vir quando "Rock and Roll Train" começou a tocar, fazendo quem ainda não tinha entrado (como eu) sair correndo como se não houvesse amanhã.

"Rock And Roll Train"


Quando cheguei lá e vi a quantidade de gente e a puta estrutura do show, tive um primeiro orgasmo. Só de pensar que consegui o ingresso na tarde de sexta (Trajano saves my life) e sai de casa totalmente despreparada e sem ter a menor ideia do que ia acontecer, fiquei muito feliz por estar ali.


Para onde olhava, tudo surpreendia e o fato de não estar chovendo só deixou as imagens mais nítidas e inacreditáveis. Seja os dois bonés enormes com chifres e um A na frente sobre o palco, seja nas milhares de luzinhas vermelhas das tiaras de diabinho, até a locomotiva gigantesca encaixada no meio do palco, tudo fazia parte de uma produção megalomaníaca. E, claro, além de tudo você podia ver a poucos metros as estripulias da banda que soava assustadoramente igual aos álbuns.

Foram duas horas ininterruptas de rock and roll no seu sentido mais cru, verdadeiro e intenso. Teve "The Jack" com imagens das meninas presentes em um telão enorme com direito a Angus fazendo um strip, que foi finalizado com o guitarrista mostrando a cueca que tinha um AC/DC na bunda. Em "War Machine" rolaram umas animaçõezinhas e canto em coro, assim como "You Shook Me All Night Long" que teve até uma fã levantando a blusa, e foi uma das músicas em que eu não sabia se ria, chorava, pulava, gritava, cantava e que deu um arrepiozinho que subiu a espinha.

Quando um sino imenso desceu do palco, já dava para desconfiar de "Hell´s Bell´s" e o vocalista Brian Johnson saiu correndo do meio da passarela, pulou na corda do sino que fez ecoar a introdução da música levando a galera ao delírio. Quando Johson anunciou a próxima dizendo que “essa música fala sobre uma garota” eu já gritava enlouquecidamente por “Whole Lotta Rosie”, com a reprodução da groupie em forma de uma boneca inflável gigantesca.

"Hells Bells"


Teve ainda a clássica " Dirty Deeds Done Dirt Cheap " e "TNT" foi tocada em meio a labaredas de fogo que saiam estrategicamente no meio do refrão. Angus e Brian são as estrelas do show, mas quando Malcolm de cabelos grisalhos e Cliff Willians caminham sincronizadamente até o microfone para fazer os backing vocals, a sensação é de companheirismo e divisão de holofotes.

"Let There be rock" foi uma performance absurda de Angus que no auge de seus 54 anos corria pelo palco como um menino hiperativo, passou o corredor inteiro até chegar a um palco no meio do público onde ele subiu uma plataforma uns dois metros no ar, fez chover papel picado, voltou correndo (e tocando), tocou de joelhos, deitado, em cima da parede de amplificadores e terminou a música alternando riffs com palmas da plateia, uma disposição inacreditável que por vezes parece sobre-humana.

“For Those About to Rock” com explosões de canhão foi algo hollywoodiano, já que você fica tão entretido que não percebe de jeito nenhum os efeitos entrando e saindo do palco. No primeiro bis, “Highway to Hell”, teve Angus subindo de baixo do palco em meio a luzes vermelhas, em uma performance digna de um bom espetáculo.


O show acaba nesse clima de “cadê Jailbreak” de “volta”, “quero mais”. Enquanto uma chuva de fogos clareia o céu do Morumbi, a banda sai discretamente em uma van preta por trás do estádio. A vontade que dá é segui-los por todo o resto da turnê.

"You Shook Me All Night Long"


Sai de lá sentindo que o Angus suou todos os 180 reais do ingresso em um pós show que me fez lembrar daquela sensação deliciosa não só de ouvir música, mas sentir ela possuindo seu corpo e saindo por todos os poros. O rock ainda está longe de acabar.

"Back In Black"


Setlist

“Rock n’ Roll Train” - “Hell Ain’t a Bad Place to Be” - “Back in Black” - “The Jack” - “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” - “Shot Down in Flames” - “Thunderstruck” - “Black Ice” - “The Jack” - “Hells Bells” - “Shoot to Thrill” - “War Machine” - “Dog Eat Dog” - “You Shook Me All Night Long” - “T.N.T.” - “Whole Lotta Rosie” “Let There Be Rock”. BIS “Highway to Hell” - “For Those About to Rock (We Salute You)”

Fotos: Show AC/DC e Divulgação
Vídeos: YouTube

UPDATE: Para quem quiser ver mais, o Peu da Goma reuniu todos os vídeos do setlist. Vale o clique. ;)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Stella Artois viraliza Florence and The Machine

A banda você pode não conhecer, mas a cerveja eu não tenho dúvidas. A Stella Artois fez um viralzinho super legal com direito a visual vintage com a banda Florence And The Machine. Nele, a frontgirl inglesa Florence Welch solta o vozeirão e seu super charme em um programa em preto e branco. O apresentador do "Le Recycle de Luxe Show" (nome da campanha) Alain Du Monde é de mentirinha, mas o som é de verdade e é muito bom. Veja as duas versões aí embaixo.

Versão viral - You´ve Got The Love


Versão original

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O futuro do play

Você já teve o prazer de colocar o disco com uma agulha pra rodar fazendo aquele ruidinho super característico? Já precisou voltar fita com caneta Bic, fazer coletânea de CD´s com suas músicas preferidas para dar a algum amigo ou fez download de uma playlist de músicas e salvou em um pendrive/player que você não pode perder de jeito nenhum (mesmo com pasta salva no PC)? Pois é, já estávamos acostumados a dar o famoso play de várias formas, mas agora ao invés de todos esses percursos analógicos basta clicar em um botão e esperar sua música favorita tocar em qualquer rádio online ou serviço de streaming disponibilizado pelo mundo. Em uma época de troca de formatos onde até as gravadoras independentes estão questionando sua real função no mercado, a distribuição de música está passando por uma de suas maiores mudanças. E nós, seus principais experimentadores, ficamos entre o download ilegal e a iTunes Store esperando qual será o modelo do futuro.

O Grooveshark é uma dessas novas propostas, um dos seletos (e bons) serviços de streaming que ainda disponibiliza música de forma gratuita e com qualidade chegou a 1 milhão de usuários e vem crescendo cada vez mais no mercado, mesmo depois de ter gravadoras como a EMI, Capital e Virgin entrando com ações reclamando direitos autorais. Por isso, conversei com Ben, criador da plataforma e ele falou um pouco sobre o que pensa sobre pirataria e essa nova forma de distribuir música.

PERFIL

Nome: Ben Westermann-Clark
Idade: 24
Música é...a razão pela qual estou aqui.
Sonho: Lembrar dos meus sonhos.
Liberdade é: escravidão.
Último show que você viu: Há uma semana, quando Travis Whitton que trabalha aqui com a gente tocou com a sua banda Towers of Hanoi. (e sim, eles estão no Grooveshark!).
O melhor da sua lista: All Smiles.
O pior de sua lista: Shakira - Hips Don't Lie é definitivamente um "guilty pleasure".
Última música que baixou "No Certain Night or Morning" do Home Video.
Quantas pessoas atualmente trabalham com você? 30


Como surgiu o Grooveshark?
Ele começou mais como um objetivo do que como um produto, queríamos fazer algo para ajudar artistas, músicos, rótulos, selos e gestores, e todos eles têm uma maneira de conseguir o que funciona fora da indústria convencional. Desde que o Napster nasceu, a pirataria tem crescido muito - e um monte de coisas que a indústria tentam fazer para combatê-la ainda não conseguiu impedir isso. Nós sentimos que a melhor maneira de competir está em um produto supostamente pirata, mas que atenda as necessidades do público com um streaming completo e mais fácil de usar do que o download ilegal.

Já que a plataforma é free, como você ganha grana com isso?
Os lucros do Grooveshark vêm de lugares diferentes. Como qualquer bom arranque da web, temos alguns grandes investidores que nos ajudaram a chegar a este ponto, investindo não só capital, mas os recursos pessoais e orientação para fazer a empresa crescer. Agora, uma boa parcela de nossa receita vem de anúncios no site. E se os usuários do Grooveshark querem se livrar dos anúncios, bem como desfrutar de algumas funcionalidades extra exclusivas oferecemos uma assinatura VIP. Temos também uma ferramenta para que artistas se promovam e descubram potenciais novos fãs fora de seu país usando o Grooveshark. Além de outros dados e análises sobre como a música está repercutindo, as bandas podem conhecer potenciais ouvintes na Grooveshark Radio.

Você se considera um capitão de um navio pirata?
Eu me acho mais um cozinheiro em um navio de guerra da marinha que quando as coisas ficam quentes sai da cozinha para dar um chute na bunda do Tommy Lee Jones.

O que você mudaria na indústria da música?
Acho que a coisa legal é que a indústria da música está mudando sozinha. As pequenas e grandes gravadoras estão abraçando o poder de distribuição que a internet oferece, em vez de ter medo da mudança. Blogs divulgam a sua música de graça, as mídias sociais de música - tanto legais como ilegais - vão distribuir a sua música para os fãs, e obter conteúdo lá fora.

Você acha que as gravadoras vão ganhar essa corrida, ou a cultura do "free" pode ser implementada?
Ouvir música na internet nunca vai deixar de ser gratuito, existem muitas maneiras de comprar CD´s para ouvir música online e elas nunca vão parar. Ao mesmo tempo, as gravadoras nunca vão deixar de existir. Pirataria por pirataria não é bom, e não é justo com o pessoal que está tentando ganhar a vida com sua música. Mas, como qualquer indústria, aquelas pessoas que são realmente capazes de viver de música serão aquelas que se adaptarem, acompanharem as tendências e investirem em novos modelos para tempos mais modernos.

Em que modelo você aposta para o futuro?
Estudos após estudos mostram que os consumidores de hoje são mais dispostos a gastar dinheiro com música, ele só tem que ver um real valor no produto. Se você quer apenas ouvir uma canção, que custa uma grana só por vir em um formato específico é ineficaz. As pessoas vão comprar ingressos para shows. As pessoas vão comprar t-shirts de bandas que gostam. As pessoas vão gastar dinheiro com a música em si, se é em um formato que é conveniente e razoável. Enquanto a indústria não virar as costas para tentar novos fluxos de receita e trabalhar maneiras muito criativas de aproveitar essa nova paisagem digital, ainda teremos pobres artistas esfomeados por aí.

Agora que chegaram a 1 milhão de usuários, o que você acha que ainda precisa ser feito?
Há sempre mais a ser feito! Agora nós estamos trabalhando em obter aplicações para mobile, adicionar funcionalidades a página principal, e ampliar os esforços para ajudar os artistas a navegar no mar que é encontrar fans online. A web nunca dorme, e os consumidores em toda a indústria sempre migram para sites e serviços que fornecem realmente o que elas procuram, quando e onde elas querem - por isso estamos constantemente a aprender e a adaptar para permanecer à frente da curva.

O que você acha das leis que censuram o conteúdo em algumas áreas da internet?
É complicado e depende totalmente da situação. Situações como a polícia chinesa impedindo que a informação se propague, ou leis que pressionam aceleração de banda larga (como aqui nos Estados Unidos) são horríveis. Há situações, porém, quando eu sinto que é mais uma área cinzenta - como quando se trata de artistas querendo apenas limitar o seu catálogo de uma certa maneira.

Você considera a distribuição gratuita de música um tipo de militância digital, como uma tentativa de substituir um antigo modelo?
Eu não acredito que ele é exclusivamente relacionado a liberdade de consumo, mas há uma revolução cultural em curso, a televisão já tinha mudado isso e agora a internet também está mudando. Com mais gente usufruindo de alta velocidade isso torna-se cada vez mais comum, a nossa forma de consumir mídia está mudando. Eu não vejo isso como uma revolução bolchevique, derrubando antigas potências e autocracia, é mais semelhante a um movimento de direitos civis, um movimento anti-guerra, um grupo grande de pessoas pedindo para serem ouvidas e terem seus interesses respeitados por grandes jogadores, ao invés de substituí-los.

domingo, 22 de novembro de 2009

Na lama com The Killers

A verdade verdadeira é que a banda deve ter passado bem longe da lama, mas a chuva que durou a noite inteira na Chácara do Jockey fez as 12 mil pessoas que passaram pelo show sentir os dois pés (literalmente) em Glastonbury. E como já diz o ditado "saiu na chuva é pra se molhar", por isso desencanei de me preocupar com o aguaceiro e achei o show muito bom mesmo com os 5kgs de barro que trouxe de brinde para casa. Quem não queria enfrentar o temporal que não arriscasse passar por lá.

Como qualquer garoinha em São Paulo para o trânsito, chegar até a Chácara do Jockey se tornou uma tarefa inquietante e ainda na dúvida se alguma banda ia abrir o show, ou se ia começar as 20hs mesmo, desci um pouco antes do ponto e sai correndo na chuva. Foi o tempo de chegar e ouvir a gritaria da galera recebendo a banda que tocava os primeiros acordes de "Human" single do último álbum Day and Age. Decorado com várias palmeiras, plantas e flores que davam ares tropicais, o palco tinha um K torto e iluminado e luzes ora roxas, ora laranjas que junto com os amplificadores também cheios de luzes e um telão bem planejado finalizavam a aparência de um cassino/disco para o palco. Nada mais apropriado para uma banda de Las Vegas.



O vocalista Brandon Flowers arriscou várias frases em português e apresentou a banda dizendo que nessa noite, eles seriam do público. O hit "Somebody Told Me" acabou de receber o pessoal que ainda estava no trânsito e a pista premium fervia. Ainda veio "Bones" com clipe animado por Tim Burton ao fundo e a cover de Joy Division "Shadowplay" que fez com que o baixo de Mark Stoermer ecoasse forte e com muita pegada, ACHO que as imagens do fundo eram do filme-biografia do Ian Curtis "Control".

Brandon é um Don Juan no palco, charmoso, seguro e conquistador arrancou gritos histéricos da mulherada como um bom frontman, mas a interação com a banda praticamente não rola. Então veio "Smile Like You Meaning It" que parecia que não ia engatar, mesmo com o violinista no palco quando o vocalista entrou com o órgão que acabou virando o ponto alto da música. Depois de "Bling (Confession of a King)" Brandon senta ao piano e toca um trecho de "Human" (sim, de novo) que termina com duas notinhas erradas.

Brandon anuncia "Are You Prepare?" e "Spaceman" é tocada com coro da galera. E uma palhinha de "Can´t help falling in love with you" do Elvis misturada com a garoa fina deu um clima romântico para os casais em meio as poças de lama. "These Things That I've Done" entra em seu ponto máximo com uma explosão de papéis picados no público e o show é "finalizado". Já tinha gente indo embora quando a banda voltou para o bis de "Jenny Was A Friend Of Mine" e o show acaba em alta com "When You Were Young".

Pedacinho de "Read my mind"


Todo mundo voltou molhado, com lama até nas canelas, mas o show no geral foi muito bom e o som estava perfeito. Se alguém quiser um tênis pra lavar, tô doando.

Como o show só teve fotógrafo oficial (as imagens aí em cima são de divulgação da banda), essa imagem da lama é do Gustavo Jreige.

Resenha para o MRC.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Goiânia Noise Festival 09

Nesse mês de tantas experiências musicais ao vivo, uma das poucas que não conseguirei ir é o Goiânia Noise. Em sua 15º merecida edição, o festival reunirá na próxima semana as melhores bandas do underground brasileiro. Vi no Popup! esse vídeo que é um documentário fotográfico muito bem feito por Gustavo Pellizzon e dá para ter uma boa ideia do que geralmente rola lá. Para ver a programação e conhecer a história deste que já é um marco na cena independente, clique aqui.

Goiânia Rock City from Gustavo Pellizzon on Vimeo.